Voltar.
Não parece real. Não sei se é a volta, se os últimos meses. Não encaixam juntos.
Na Piazza Partigiani, as 8h30 da manhã, não sentia nada. Tinha dormido uma hora, não tinha bebido café. Parecia que tinha tomado um litro de café (quem me conhece entenderá o meu estado de excitação, de hiperactividade). Ria, não atingia o estado dos outros. Até me abraçarem. Até chorarem com a minha partida e a da Andreia do Porto. Até me agradeceram a amizade, o tempo que passámos juntos. A esses não consegui falar. Aos óbvios abracei-me e chorei também. Aos que não eram óbvios fui mais forte. Abracei, chorei e disse o quão bom e importante tinha sido conhecê-los.
No aeroporto perdi a noção. Despedi-me da Andreia a sentir que íamos de férias.
No avião às vezes arrepiava-me, tentava perceber o que se passava. Não encontrava a resposta.
Esperei pelas malas. Saí e vi a nossa Andreia com o João. Foi um misto de alegria com a tomada da realidade. Quis correr para ela e de repente deparei-me com toda a família. E não sei..
Toda a gente conhece a avó, a Preciosa, de tanto que eu falo... acho que não as abracei. Parece que não tinha saudades. Parece que tive longe dois dias. Aqui tudo está igual.
Não consigo encaixar Perugia aqui neste mundo. Há algo que não bate certo. Parece que não aconteceu. Prefiro não contar. Não se fala sobre seis meses da nossa vida do nada. Fala-se com quem pertenceu, com quem sabe do que falamos.
É-me difícil lidar com as pessoas. Encontro uma amiga na rua, que logo me pergunta novidades, como foi. Quando sabe que vou ter com pessoas de Perugia não percebe. Tanto tempo fora e logo quando chego vou ter com eles.
Prefiro não encontrar ninguém. Ou encontrar aqueles que não fazem perguntas. Aqueles que me abraçam e me deixam chorar. Mas é difícil que eu deixe alguém chegar-se.
O Bairro Alto estava vazio. Só turistas. Mas ainda falei italiano com um vendedor de pulseiras. O Bairro Alto era um sítio novo, onde eu, a Joana e a Andreia fomos de viagem. Senti-me quase em Perugia, embora soubesse que não ia voltar.
Às vezes estou num ponto de excitação, canto e danço. Outras sei que não vou voltar, é compulsivo. Perugia não se encaixa. Estou perdida. Parece que nunca saí daqui. Ainda não sei o que pensar, não sei como agir, como reagir.
Não parece real. Não sei se é a volta, se os últimos meses. Não encaixam juntos.
Na Piazza Partigiani, as 8h30 da manhã, não sentia nada. Tinha dormido uma hora, não tinha bebido café. Parecia que tinha tomado um litro de café (quem me conhece entenderá o meu estado de excitação, de hiperactividade). Ria, não atingia o estado dos outros. Até me abraçarem. Até chorarem com a minha partida e a da Andreia do Porto. Até me agradeceram a amizade, o tempo que passámos juntos. A esses não consegui falar. Aos óbvios abracei-me e chorei também. Aos que não eram óbvios fui mais forte. Abracei, chorei e disse o quão bom e importante tinha sido conhecê-los.
No aeroporto perdi a noção. Despedi-me da Andreia a sentir que íamos de férias.
No avião às vezes arrepiava-me, tentava perceber o que se passava. Não encontrava a resposta.
Esperei pelas malas. Saí e vi a nossa Andreia com o João. Foi um misto de alegria com a tomada da realidade. Quis correr para ela e de repente deparei-me com toda a família. E não sei..
Toda a gente conhece a avó, a Preciosa, de tanto que eu falo... acho que não as abracei. Parece que não tinha saudades. Parece que tive longe dois dias. Aqui tudo está igual.
Não consigo encaixar Perugia aqui neste mundo. Há algo que não bate certo. Parece que não aconteceu. Prefiro não contar. Não se fala sobre seis meses da nossa vida do nada. Fala-se com quem pertenceu, com quem sabe do que falamos.
É-me difícil lidar com as pessoas. Encontro uma amiga na rua, que logo me pergunta novidades, como foi. Quando sabe que vou ter com pessoas de Perugia não percebe. Tanto tempo fora e logo quando chego vou ter com eles.
Prefiro não encontrar ninguém. Ou encontrar aqueles que não fazem perguntas. Aqueles que me abraçam e me deixam chorar. Mas é difícil que eu deixe alguém chegar-se.
O Bairro Alto estava vazio. Só turistas. Mas ainda falei italiano com um vendedor de pulseiras. O Bairro Alto era um sítio novo, onde eu, a Joana e a Andreia fomos de viagem. Senti-me quase em Perugia, embora soubesse que não ia voltar.
Às vezes estou num ponto de excitação, canto e danço. Outras sei que não vou voltar, é compulsivo. Perugia não se encaixa. Estou perdida. Parece que nunca saí daqui. Ainda não sei o que pensar, não sei como agir, como reagir.