terça-feira, 12 de agosto de 2008

Vi que, para praticar o bem com prazer, me era necessário agir livremente sem constrangimento, e que, para me retirar todo o prazer a uma boa acção. bastava que ela se transformasse em dever.

(...)

Quer sejam os homens, o dever, ou mesmo a fatalidade quem comanda, sempre que o meu coração se cala, a minha vontade fica surda, e eu não sou capaz de obedecer. Vejo o mal que me ameaça e deixo-o chegar, em vez de agir para o evitar. Começo por vezes com esforço, mas esse esforço cansa-me e depressa me esgota, e não sou capaz de continuar. Em todas as coisas imagináveis, aquilo que não faço com prazer logo se me torna impossível de levar a cabo.

Jean-Jacques Rousseau, Os devaneios do caminho solitário

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