Continuo a viver como se nada se passasse. Como se nada se tivesse passado,
Para mim está tudo igual.
Continuo a ter tudo o que tive. Nunca perdi nada.
Não sinto falta de nada porque tudo o que tenho é tudo o que experimentei.
E nada perdi. Tudo o que vi é o todo que tenho.
Mas um dia paro e penso. E num segundo lembro-me do que tive e tudo o que perdi. Sinto como o que já não tenho faz falta. Mas só num segundo.
No segundo mais triste de sempre.
Mas um segundo não dura para sempre.
Um segundo dura isso mesmo. Dura um segundo.
E quando o segundo passa, volto a ter tudo o que sempre tive.
Volto a cair no esquecimento.
E o esquecimento é o caminho mais fácil e o mais ingrato.
De todos, o mais injusto.
Azulejo com…Manuel Cargaleiro
Há 14 anos
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