quarta-feira, 23 de abril de 2008

Kindergarten




Hamburg, Outubro 2007

Une histoire de la vie...

Ruiné par le cataclysme boursier d'octobre 1987, un "petit porteur" se pendit quelques jours plus tard à Madrid, dans un jardin public. Pour expliquer son geste, le désespéré laissa une lettre dans laquelle il denonçait "les abus et le cannibalisme des agents de change de la Bourse à l'égard des petits épargnants". Il y racontait également comment, après avoir décidé de se suicider, il s'était accordé un ultime délai et avait choisi de se soumettre en quelque sorte au jugement de Dieu: "J'eus comme l'illumination que Dieu existait et que, peut-être, ma destinée n'était pas le suicide." Il consacra alors le reste de ses économies à acheter des billets de loterie et à jouer au Loto. "Poue voir si Dieu y mettait du sien et m'aidait à m'en sortir." Mais le ciel resta désespérément silencieux, la chance ne lui sourit pas et l'homme, finalment, se pendit.

Ignacio Ramonet, Géopolitique du chaos

terça-feira, 22 de abril de 2008

Shoe Shop



Bairro Alto, Abril 2007

There's always hope



Banksy

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Color




Hamburgo, Outubro 2007

Estudios de Guernica - Caballo








O cinema surdo

No princípio não esteve o Verbo.
Falar dos primeiros sons do cinema, é falar de quase tudo menos, quase sempre, de palavras: é falar, primeiramente, no ruído do projector, é falar, depois, na música –de piano ou de orquestra e, às vezes, mesmo cantada – que acompanha, em regra, cada sessão; é falar, por fim, nos múltiplos ruídos das salas, quase sempre mal adaptados ao silêncio religioso que impera, hoje, nos nossos cinemas-estúdio.
(...) ouvir um filme era escutar um universo desprovido do som da palavra e partilhar o sentimento de comunicar para além dela. Ouvir um filme era vê-lo (...).

João Mário Grilo, As Lições do Cinema

L'injustice

Ils rappellent aux dirigeants un vieux principe républicain: les citoyens préfèrent le désordre à l'injustice.

Ignacio Ramonet, Géopolitique du chaos

sábado, 19 de abril de 2008

Andar andamos todos. Mas a que velocidade?


Uns vão mais rápido. Outros mais devagar.
Será que chegam todos ao final da praia?

Fotografia: Cadiz, Fevereiro 2007

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Breakfast

I woke up between dawn and night
Thought I heard the voice of Mommy
Sounds as if my parents have a fight
So I woke up my brother lying next to me

I wonder why she's making all that noise
Better go and check it out
So without trying to breathe only the sound of little feet
We were about to discover what that noise was all about

And as we opened up the door
We saw them lying on the kitchen floor
We were grateful for they both did their best
But we said 'Hey, there must be an easier way to make break fast'

They both got up real fast
As if they were caught (or something)
And then we understood at last
It was a surprise breakfast they were planning

Mommy stumbled, 'Later, kids, you'll understand'
While Daddy was busy putting on his pants
We said 'We already do, don't worry, we'll do the rest'
So far for our quest, we made coffee, boiled eggs
We made them breakfast


K's Choice, Breakfast

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Feira Popular (ir)racional


Dou voltas e voltas no meu pensamento.
Tenho náuseas.

Fotografia: Tibidabo (Barcelona), Março 2007

Decisões

Decidir é o verbo que menos se enquadra na minha personalidade.
Decidir é o verbo que me dá medo.
Decidir é o verbo que me tira o ar.

Mas decidir é o verbo mais presente no meu dia-a-dia.

E agora tenho de decidir.

Tenho de decidir se fico passiva.
Se paro de pensar e deixo tudo como está.

Mas eu não paro de pensar.
E eu gosto de ser activa.

Não sei o que hei-de decidir, porque não sei o que quero.

Estou a ficar com náuseas.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Conversas de Jardim






Hamburgo
Outubro 2007

Histórias de Infância II

Quando andava na sala do cinco anos (pela segunda vez) tínhamos um tipi (a tenda dos índios) para brincar.
E eu estava a brincar aos pais e às mães.
A Mariana Boleta era a minha mãe.
E eu como era a filha, fui para a escola.
Dei a volta à sala e sentei-me na mesa ao lado do tipi a desenhar.
E ouvi a conversa da minha mãe:
- Um dia o nosso coração pára de bater e nós morremos.
E descobri que nós morríamos.

Durante muito tempo, quando me deitava, pensava como seria morrer e quem seria a primeira pessoa que eu gostava que iria morrer.
E imaginava a tia Sara (que era a tia mais velha) dentro dum caixão, presa para a eternidade, no escuro e sem nada para fazer.
Às vezes ainda penso nisso, como será estar morta e confesso que fico um pouco claustrofóbica.

Histórias de Infância

Desde sempre que eu e a minha irmã dormimos num beliche. Ela em cima e eu em baixo.
Um dia, quando ainda éramos pequeninas, a minha irmã disse-me para ir lá cima porque tinha uma coisa para me contar.
Mas eu não fui. Já não me lembro bem porquê. Talvez a minha mãe me tivesse chamado. Talvez tivesse que ir à casa de banho.
Quando lhe pedi para me contar, ela disse que já não se lembrava do que tinha para me dizer.
Desde dessa noite tornei-me obcecada por arranjar maneira de fazer tudo, não fosse perder outra oportunidade de saber as coisas ou de as fazer.

Día de playa







Playa Santa Maria, Cadiz
Janeiro 2007

sábado, 5 de abril de 2008

Exercise your music muscle



Find 74 bands!

Exercise solved: http://www.flickr.com/photos/65741850@N00/66722414/

sexta-feira, 4 de abril de 2008

É hora de ir embora

E se quando chegar ao fim, der por mim arrependida de tudo o que fui, de tudo o que disse, de tudo o que pensei?

Camus dizia "Eu amo a vida, eis a minha verdadeira fraqueza.Amo-a tanto,que não tenho nenhuma imaginação para o que não for vida."

E eu também não tenho imaginação. Aproveito cada dia como o último, mas também como se fosse o primeiro. Tento aprender mais, dar mais. Tento ter um papel que me preencha, que me faça satisfeita.

Então e se for tudo em vão?

E se na hora de ir embora tiver direito a uma revisão e descobrir que toda a minha vida foi um engano. A minha presença, os meus pensamentos, as minhas conversas. E se tudo estiver errado?

Como será descobrir que não somos nada e não ter uma nova oportunidade?

Rock’N’Roll


Da autoria de Tom Stoppard e adaptado por João Lourenço e Vera San Payo Lemos, encenação de João Lourenço e interpretação de Beatriz Batarda, Paulo Pires, Rui Mendes, Afonso Pimentel, André Patrício, Francisco Pestana, Carlos Gomes, Jorge Gonçalves, Kjersti Kaasa, Márcia Leal, Paulo Oom, Sara Cipriano e Sílva Rizzo.

Os anos de 1968 a 1990, do movimento estudantil à queda do Muro de Berlim, são apresentados de uma dupla perspectiva: a partir de Praga, onde uma banda de rock’n’roll se torna um símbolo de resistência ao regime socialista e a partir de Cambridge, onde o amor e a morte marcam a vida de três gerações da família de um filósofo marxista.

No Teatro Aberto, Sala Azul
Qua a Sáb: 21h30 | Dom: 16h

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Checkpoint Charlie







Checkpoint Charlie, Berlim
Outubro 2007

terça-feira, 1 de abril de 2008

Encore une histoire, maman!

Maman, je veux une belle histoire,
l'histoire d'un grand voyage
au-delà du plus lointain des villages,
là où la chèvre,
partie chercher ses enfants,
est prisionnière de la fôret.

J'irai la libérer.

Maman, je veux une belle histoire,
l'histoire du pays où les loups
se lient d'amitié avec les bergers
et où les fleurs chantent la douceur
des lacs et des montagnes.

J'irai les respirer.

Maman, je veux une autre histoire,
l'histoire de l'ogresse qui,
chaque soir, enlève les enfants
dont les nez s'allonge
un peu plus à chaque mensonge
et les enferme dans sa grotte ensorcelée.

J'irai leur raconter toutes tes histoires
pour que comme moi,
maman, ils n'aient plus jamais peur du noir.


Miloud Hakim